Presente recebido, presente entregue: a vida.
Ecologia humana, uma nova ciência, transdisciplinar, requer a visão sistêmica para compreender as conexões envolvidas, a diversidade na qual se transita, contribuindo para nos dar conta dos desafios e problemáticas da realidade socioambiental em que estamos inseridos, e quais nossas responsabilidades.
No final do século XX passou-se a aprofundar o termo ecologia a partir das problemáticas ambientais que foram sendo levantadas, com os termos ecossistema e sustentabilidade. Neste momento, também, foi nascendo o conceito de cidadania planetária e a necessária visão sistêmica para se assumir uma nova postura.De acordo com o Instituto Paulo Freire, "o conceito de cidadania planetária tem a ver com consciência e implica em uma reorientação de visão do indivíduo. O desafio é fazê-lo entender que participa de uma comunidade local e global ao mesmo tempo".
A abertura do olhar a partir da globalização trouxe a visão de um mundo globalmente interligado e interdependente, cujas relações são sistêmicas. Dentro deste momento vários autores, em diversas áreas, vêm contribuindo com seus estudos sobre este novo cenário. Edgar Morin desenvolveu sobre complexidade, Capra, sobre ecologia profunda e visão holística, Leonardo Boff, sobre saber cuidar e a ética do humano, para citar alguns. Neste interim o alemão Bert Hellinger esteve aprofundando seus estudos sobre relações sistêmicas, sob o viés da psicanálise, observando os padrões de comportamento e criando uma abordagem fenomenológica, que chamou de Constelações Familiares, sob 3 princípios: Pertencimento, Ordem e Equilíbrio - as leis do amor.
O cuidado, sob tal perspectiva, está exatamente no 'equilíbrio' entre olhar as partes e o todo. Uma análise que requer uma certa 'ordem' de pensamentos e sentimentos para a compreensão de que tudo e todos 'pertencem' a este mundo complexo, no qual somos interdependentes e corresponsáveis.
Este é o nosso momento, o meu, o seu; em que estamos tendo a oportunidade de contribuir com o mundo partilhado. Recebemos o bastão na história, individual e conjunta, de nossos antepassados, que fizeram do seu jeito. Foi como foi. E agora façamos o nosso melhor para passar o bastão da melhor forma aos que virão.

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