Constelação, Sustentabilidade e Equilíbrio Ambiental
Em 2015 líderes de todo o mundo se reuniram na ONU - Organização das Nações Unidas para debater uma nova agenda para o Desenvolvimento Humano com bases ambientalmente sustentáveis. Desde 1992 o termo sustentabilidade permeia a sociedade, foi quando líderes da época se reuniram no Rio de Janeiro para a 2ª Conferência Mundial do Meio Ambiente, e dentre vários documentos e propostas, nasceu o mecanismo participativo da Agenda 21, com base na ética do cuidado com a vida. Desde então os países vem avaliando seu ambiente e planejando ações para contribuir com o bem estar global, no que tange a direitos, deveres e responsabilidades da geração presente com as futuras.
A Agenda 2015 se compõe
de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) a serem implementados por
todos os países do mundo até 2030. Urgentemente é preciso mudar nossa forma de
estar no mundo, melhorando significativamente nossa relação com o meio social e
natural, alterando padrões de produção e consumo, garantindo direitos e
condições de saúde, habitação, educação, dignidade e bem-estar a todos,
principalmente aos mais vulneráveis.
É um desafio nos olhar
como uma família planetária, cooperando mutuamente e com a Mãe Terra – a Pacha
Mama, buscando a equidade e o equilíbrio para o desenvolvimento sustentável e
bem comum.
Aí surge, também, neste
final de século, a oportunidade da Constelação Sistêmica, uma possibilidade de
ajuda para a sociedade chegar a esses objetivos através da metodologia criada
por Bert Hellinger. Os termos utilizados vem ao encontro dos utilizados no
movimento ecológico: sistemas, interdependência, equilíbrio, ordem... Vem ao
encontro do que está se estudando sobre o respeito à integridade humana, a
empatia responsável em relação a quem precise de ajuda, sobre a liberdade que
não prejudique os outros, sobre a responsabilidade e o equilíbrio, em que cada
um deva dar e receber conforme aquilo que tenha ou aquilo de que necessite.
O desequilíbrio
socioambiental é resultado dos emaranhados que nos pertencem. Recebemos
resquícios dos conflitos que se estabeleceram entre nossos antepassados e o
meio, e somos responsáveis pelos que atualmente vivemos. A crise ambiental
social e ecológica precisa ser encarada sob este enfoque para se restabelecer o
amor mútuo e a natureza da qual fazemos parte, para se restabelecer a harmonia
e o equilíbrio, principalmente social, pois se o ser humano parar de interferir
no meio natural, de se auto-destruir, a natureza trata de se restabelecer.
Conforme um módulo do
curso realizado: “acreditar que possuímos uma
personalidade autônoma em relação ao todo (ao conjunto de pessoas e
relacionamentos que nos cercam) é, em muitos aspectos, uma ilusão”. Segundo Edegar Morin vivemos entre o erro e a
ilusão. O individualismo e maus hábitos espalhados pelas cidades, motivo de
tantos desequilíbrios e conflitos, requerem uma abordagem terapêutica na busca
de soluções possíveis para a retomada de valores, ordem e cuidado, assegurando
o bem estar comum para uma sociedade mais saudável.
Para tanto é necessário
capacitar cada vez mais gestores consteladores, que irão influenciar nas mais
diversas organizações, tais como: órgãos públicos, movimentos sociais,
sindicatos, ONGs, empresas, escolas e universidades, entre outros, para
divulgarem este conhecimento, realizarem sessões de constelação entre os
grupos, intervindo nas demandas com o objetivo de reunirem a visão sistêmica
com a sustentabilidade reforçando as redes sociais na busca pela transformação
com impacto positivo harmônico.
Já há notícias de
aplicação da Constelação em empresas e na área jurídica, voltadas a curto prazo
para a a solução de dinâmicas e sustentabilidade financeira. Porém é sabido
que, aos poucos, ao serem resolvidos emaranhados pontuais, através da mediação
e solução de conflitos locais, a longo
prazo, poderão trazer resultados e soluções ao campo social mais amplo,
trazendo harmonia aos relacionamento numa perspectiva do equilíbrio
socioambiental.
Que assim seja! E creio,
será.

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